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GAZETA DE POESIA INÉDITA

Espaço dedicado à divulgação de poesia original e inédita em língua portuguesa.

GAZETA DE POESIA INÉDITA

30
Abr19

AMADEU BAPTISTA - "MANTENHO A FAXINA DE ESCREVENTE"

 

 

Mantenho a faxina de escrevente
Sem grandes arroubos à musa
Porque ainda não lavei os pratos de ontem
E no estendal a roupa não secou.

Talvez seja este um modo de dizer
Como estou farto das tretas que me enredam
Ainda que enquanto o tractor vai e vem
As costas folguem das coimas da maldade.

‘A bactéria que destrói as oliveiras chegou
A Portugal’ – e isto é que me dana,
Entre a dose diária de hidromel
E a vespa asiática que me coube em sorte.

O país lá segue na adulação de sempre,
A deixar os criminosos de colarinho branco
À solta nos spas e outras recorrências
De espantar pardais e de manter fortunas.

Fizesse eu investimentos de outra ordem
E não veria como vejo o caracol
A subir e a descer os andaimes que me sitiam
E dão à casa este ar de lúgubre desgraça.

O mais é a musa que me tarda e a tarde parda
Imune aos meus desejos, que fosse Ítaca
Ali já ao virar da esquina, ou pudessem voltar
Os teus beijos fecundos aos meus lábios.

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