30
Set20
JOSÉ GUARDADO MOREIRA - ANTA
Aflora no vaso fenício
a sombra do azeite solar.
Ardem no cajado
as serpentes aladas.
Há riso na anta. Limos
rosa nos céus da tarde.
Na ânfora a vinha fermenta.
Silêncio de pardais. A pinha
de vento sabe a maresia.
Não digam nada. Escutem
o bater do coração nas águas
do mundo. Algo estremece.