adube a revolta na inverosímil amnésia diária,
esculpa a lembrança no alguidar, tecto coberto de silêncios
adular o trigo
é vergar as rugas ao peso do níquel

calcorreia lágrimas
despidas nas palavras do ébano,

a luz da música ensanguentada
vibra o metal das mãos

circulo invisível das manhãs
os livros de Timbuktu; renasce alguma luz
chagas abertas
na revolução
digital

urge
reverberar
a condição febril da apatia na língua

imersa em sangue
uma criança estica a esperança no lodo desta música
silenciada
no jogo de fingimento