22
Ago20
PAULA VALÉRIA ANDRADE - RELATO DO RETRATO DA PANDEMIA
A beira de um inferno de Dante,
O que outrora era importante,
Depois disso, não é mais sério.
A liberdade e o respirar,
Voltaram a ter o valor da vida,
E o sentido verdadeiro de se amar.
E nem a consciência da ciência,
Pode aplacar, ou resolver,
O que o dinheiro sempre pode comprar.
A mais valia do invisível,
Deixou de ser risível,
E mudou os rumos da humanidade.
E muitos, perderam a imunidade.
Depois do caos planetário,
Muitos se voltam para Deus,
Outros permanecem ateus.
E os sobreviventes, deram (muito tristes),
Tantos e pesarosos adeuses,
Aos entes seus.
E não havia deuses, para os consolar.
Não havia mais tambores para tocar.
A saúde pública, trabalhava sem parar.
Sem muito solucionar.
E as mortes se empilhavam nas esquinas
De cada cidade do planeta.
O isolamento fez cada um olhar,
Mundos internos.
E a vislumbrar o céu eterno.
E depois de tantas dores,
Retratos de dissabores.
A perda do sistema de valores,
O mundo que sobrou, respirou fundo.
Registrou o que na pandemia,
Calou profundo.
Depois de tanta desgraça.
A esperança e a fé deram o ar
De sua graça.
As ruas voltaram a ter gente na praça.
A humanidade reacendeu,
E assim aprendeu.
E o mundo, renasceu.
| 01 – abril - 2020