05
Set18
ADRIANA MAYRINCK - SEM SOL
A correnteza dos sentidos extravasa.
Salinidade por todos os poros.
Olhar embaçado, cego de amanhã.
O mar cinza deixa-se seduzir pelas águas celestiais.
Falta alegria.
Mas espera calmamente o retorno dos raios solares.
A vida grita para que sonhos sobrevivam.
Mas a alma recolhe-se.
Quer abrigo.
O vento chama em eco contínuo.
É necessário vestir-se de flores e buscar a palavra perdida.
O caminho precisa continuar, entre girassóis, pedras e espinhos.
Ela,
não pode silenciar.
Lágrimas e chuva banham seu corpo.
Florindo.
Perfume de letras percorrem o tempo que não passou.
Lembranças.
Ausência que paralisa o instante, sem melodia.
O verbo latente não sufoca mais os gritos silenciosos.
Cala, tudo se foi.
Precisa juntar novas letras.
Espera o sol voltar - trazendo uma nova poesia.