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Abr19
ALEXANDRE GUARNIERI - A SÊDA
flertar com o crime no experimento-limite
entre o tateável e o meramente instintivo:
naquilo que pode ou não ser tocado, da sêda
à roseira, por exemplo, suas respectivas
existências exigem tratamentos específicos;
quando a monotonia dos centímetros
seria comparável à dor dos espinhos?
o que seria a sêda senão o éden
das terminações nervosas, entre
o cérebro e os dedos percorrendo
a superfície de um segredo?
a palma da mão no mistério,
navegando o idílio reativo
de um tecido não apenas retilíneo
mas tão rico em sensações físicas:
na temperatura há ajuste fino;
a forma aquosa o renova, suave exílio,
como tocar algo no auge do impossível?