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Jun19
ANÍBAL C. PIRES - DESORDEM ORDENADA
Não te esqueças. Dizes enquanto te afastas. Ainda esboço uma tentativa para que, mesmo lá de longe, me digas do que não me devo esquecer.
Já não me ouves, já não me vês, e eu fico sem saber do que não me devo esquecer.
Quero lembrar-me. Tenho tanto para não esquecer, e lembro-me.
Mas como será que me posso lembrar, do que queres que não me esqueça, se te esqueceste de me dizer do que me devia lembrar.
Ponta Delgada, 15 de Março de 2014