13
Set20
ANA MARIA RODRIGUES OLIVEIRA - ADVERSIDADE
Quem disse que a vida é equilíbrio e contenção?
Quem se atreve a apregoar que é na igualdade que está a virtude!?
Quem elege contrariar as leis da natureza que são espelho da iniquidade
Proclamando a harmonia como solicitude?
Inequivocamente somos filhos refratários da contrariedade
O resultado indignado do revês e da má sorte
Satisfação como estado inequívoco de partida para o aniquilamento
Em que a harmonia e equilíbrio são sinónimos de morte!
Felicidade gesticulando num estado doentio e estático
Onde a procura cessou por deleitamento e ventura
Fortuna é aparato patológico séquito de negra poluição
Contentamento é sinal de disfarçada amargura
Ínsula de prosperidade numa condenação lenta em podridão!
Rituais tresloucados em momentos de aprazimento
Existência que em ciclos arrebatadores se faz o morrer e nascer
Coragem que esbraceja em circunstâncias adversas de ocasião
Infelicidade é senha de sobreviver para feras transfiguradas em predadores inveterados
Entre o paraíso e o averno eis por onde se passeia a dissimulação!
Poemas de 2010