23
Ago20
ANDRÉ DE SENA - O CAOS
O caos está em tudo, está em mim,
está em ti, cravando mil bandeiras,
vem cavalgando as horas passageiras
(tem a lâmina afiada o espadachim!).
E a Ilusão, qual dileta fiandeira,
nos ofertando o gládio e o escudo duros
em nossa infausta luta contra o escuro,
sorri, entre troféus dumas caveiras:
“Todo bem esculpido em luz supunhas...
Um crânio sem cabelos, mãos sem unhas,
um seio emurchecido e o ventre-limo
restarão, tua lousa testemunha”.
Cansados da jornada, enfim dormimos,
e os outros irão ver o que já vimos.