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Jun20
FERNANDO DE CASTRO BRANCO - EGON SCHIELE: A MEIA VERDE (1914)
O lugar da meia verde é problemático.
Aparentemente queda-se no ponto lábil
entre o fim da perna e o tornozelo. É
logo atrás que tudo palpita
num invisível ostensivo. As linhas
incisas dos contornos fecham
decisivamente as pernas infinitas
numa dança em suspenso. Lá no alto
são os olhos perdidos no tempo
que pairam distantes a um amanhã
inabitável. Era 14, e o que se seguia
era esse fogo que lavrava no vestido
escasso que o nosso olhar despe
ou com ele se encobre.