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Mai19
GISELA GRACIAS RAMOS ROSA - AUSÊNCIA
Já não espero a mão ausente
aquela que sonho e imagino
pertencer à bondade clara.
Já não sei o que de mim é espera
ou lugar onde a dor se mascara
de poema e a sua plasticidade
revela lentamente a interrogação
com que me deparo na frente dos
espelhos. Tudo é opaco. Nada
transparece na noite. Apenas o verso
interroga o silêncio na senda de outro
verso. Só o sulco arroja o Aberto.
A matéria inteira do meu corpo.
(inédito, 2019)