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Mai20
INÊS LOURENÇO - INDESTRUTÍVEL
Não precisa de respiração assistida
para o ar lhe circular entre os vocábulos. Nem
jaz inerte e horizontal numa febre letárgica
que lhe impõe caminhos
de finitude. Ele procura o princípio renovado
em todos os declives e espantos. Só a febre de um ardor
o consome, aquele ardor que demanda o sentido novo
no devir do tempo. Novas formas o engenham
e transmutam mas ele é indestrutível
na sua inútil vocação de poema.
I. L.
Março 2020