20
Dez18
ISOLINA CARVALHO - QUANDO...
Quando...
Os mares de um azul soberbo
Se transformam em poéticos cemitérios
As crianças morrem tragicamente de fome
Dando à costa demasiado quietas
Caídas de barcos esfarrapados
Voz apagada e gritos de estrondoso silêncio
Abandonadas nas esquinas do tempo
De horrores vestido o seu rosto puro
Olhos esbugalhados em busca de clemência
Perdidas na imensidão da barbárie humana
Que vai crescendo em ritmo alucinante
Que direito têm os homens a esse nome
De se dizerem racionais e humanos?