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Dez19
JOSÉ ALBERTO POSTIGA - GRITEMOS
Nunca será urgente o silêncio.
Gritemos.
O verbo não ressuscita
mas alastra,
belisca,
escuda a vida.
As balas sibilam sedentas
de um corpo em agasalho
e nas madrugadas frias de Aleppo
amontoam-se escombros entre vidas
de pé.
Nada nos pesa na consciência.
Só temos olhos sem braços.
Parece que desistimos do mundo.