JULIA RAIZ - PEDIR P/ QUEM LÊ A CABEÇA DE QUEM SE AMA
[2 enquanto 3]
observando homem com uma garrafa de corote na mão
praça zacarias fim de tarde céu nada
viu eu te enganei – falou p/ pomba – não dá pra pensar em tudo
a gente tem que calcular a força – p/ quem tava passando por o público – se não eu matava ela a gente é humano tem muita força
não gosto de pegar elas no ar mas no chão
querem que eu fale como era no tempo de roma soldados atacando e a gente correndo que nem gado – encena a fuga
objetivo: não estar mais ali
[1 enquanto 2]
vacas comendo o outdoor de uma churrascaria na beira da estrada
trabalhadora volta pra casa de ônibus não reconhece o caminho
no pasto à esquerda vacas trepam na estrutura de um outdoor vazio
comeram a propaganda mas logo adiante um ainda inteiro
costelão 24 horas
baita mulher no espeto pingando
herbívoras e trabalhadora lutam a favor de desmancharem-se
[3 enquanto 1]
trabalhadora volta pra casa de ônibus passa pela praça general carneiro
homem grita p/ pomba te enganei você não pode pensar em tudo
quer ver como era em roma
assiste homem tropeçando na garrafa de corote
trabalhadora do tamanho de uma vaca
homem do tamanho de uma pomba
se esforçam pela despersonalização