06
Mar19
LUIZA CANTANHÊDE - VIDA CAUSTICANTE
Nada na bagagem
Os pés errantes
Rendilhando o
Destino
O cheiro do
Barro impregnado
No vestido
As mãos sangrando
Vazias e sem rédeas
A porteira que me separa
Do caminho não permite
Que eu leve a chave
Dentro do matulão
os sonhos
A seca causticante
A barriga vazia
A tristeza das
Paredes em silêncio
Ademais, a estrada
É tão longa
Quanto o sertão que
Habita meus olhos.