Costumo trabalhar à volta
de uma grande gargalhada
relegada para segundo plano
pelos palcos icónicos
onde todos fazem questão
de chegar ao fim com a comida
passando à boleia por retratos e humor
vá, siga a festa entre
os meus amigos envergonhados
por testemunharem
a dimensão da revolta
o supletivo
o que é frequente ouvir-se
da noite, barcos a remos
bolas, falso filme noir
de quem passa a vida a bater recordes
em bebedouros
no subterrâneo de veludo
da Europa
que crise
mais, mais e mais
agora mais só para o ano
uma repetição pôr-lhe-á fim
pois pode a história limpar rabos
a revoluções que, mesmo que seja
a nacional, encontraremos barricadas
defendendo a revolução silenciosa
olho por olho no desejar camaradas
a beber destilados nos amanhãs
entre medos com asas
vista para o mar
a revolução a ver baleias
e o alto da fé não passou mesmo
do alto do aqueduto
e quando é feita assim é campo desenhado
para abastecimento do mototurismo dos Zés
com uma excelente relação qualidade/preço.