03
Set19
NUNO REBOCHO - LAMENTO DE UM BANDIDO
que arma trago à bandoleira:
as balas de um poema
ou dores de uma bandeira?
que trago como alma: limites
de uma ilha
ou arame de uma fronteira?
pouco importa. que sou bandido e
a alma renasce no maquis
de honras que reacendo
com simples regras de viver aqui.
que bandido seja. ou bandeira do
solo sagrado onde nasci:
um chão livre e mais irmão
da boca húmida de liberdades
- que morre se compra a servidão,
não morre se cumpre tempestades.
um chão: é sempre uma pátria
ainda que pouca, ainda que mártir.