09
Dez20
PEDRO TEIXEIRA NEVES - NADA A APRESENTAR
até que tudo implode,
há chamas na casa das máquinas,
no convés um incêndio de vontades.
o coração, coitado, entra o mar alto,
navega um barco de papel sobre a pele
melancólica do medo.
como perante tudo o que é trágico,
blindar-te-ás ao espelho da nudez,
acordarás numa capa de henry james,
à volta do parafuso,
e ainda assim deixarás a cama
pronto a fazer os lençóis da poesia
sem nada apresentar como justificação.