SARA ARANHA - CLASSES DE GENTE
Que falta peninsular deixa
o pouco nos cafés.
Um facho de claridade que
atenua a pobreza vectorial
do comércio inacabado.
A doença propaga-se na
televisão e nos olhos dos outros
medos vedantas
que não são apaziguadores
ou mansos
em
confinamento ostensivo.
Cedo em desuso
de conformidade
ao alto do peito erguido
a gritar resistências, em vão.
Que perguntas
quando o mundo abalado
perde os sentidos, sem gente?
Que animais desfeitos,
no espaço circundante
de uma leveza quase forçada
que desabita os cegos
em trabalho remoto?
As pedras no caminho
não se estendem
à pobreza viva em
lugares de pus
.
Tudo é
pior do que já fora.
É a alegoria da caverna
em apatia
Da esperança pictórica
contra a injustiça do frio
Nos dias mortos
de cansaço
o olhe que não de outrora
ganha a vida
para além das palavras.