São bonitos os matizes polidos na capela,
pura ressonância de arcos-íris,
o laranja eléctrico, o verde limão,
o azul violeta,
os rubros gentios,
o ar enlaçado por fitas de anil,
onde um sol saúda a salva dos sinos.

Mas prefiro as nuvens,
aquele manto além,
chapinhando pelos cimos
dos cerros rendidos às toadas do funcho,
à garra silvestre da cor dos capins.
Prefiro as heresias da Terra,
a délfica penedia,
o desgrenho das ondas
no restolho das quilhas,
estirando barcaças pela cruz das miras,
entre vales carpindo um rosário de rios.
Prefiro enfim,
o sagrado matiz no bulício dos ramos,
teus olhos lavados por enredos tamanhos,
um berço de chuvas no furor dos cânticos,
e tuas íris douradas, raiadas de estio.