07
Dez18
WILLIAM SOARES DOS SANTOS - ULISSES
Depois de tudo
deixo o teu leito
com tudo
o mais de óbvio:
molhado de suor,
com a face relaxada,
e uma ferida
encravada no dorso.
Deixo o teu leito
como quem
cumpriu uma promessa,
esperando o pão com manteiga
que chega com o cheiro do café
perpassado pela alvorada,
Deixo o teu leito
com a incerteza
de um retorno tranquilo
à minha Ítaca sonhada
– barco sem porto
faço de ti meu ancoradouro.
Deixo o teu leito
com um adeus
desacenado
de quem procura te
encontrar,
– após batalhas
contra troianos, ciclopes e
sirenes encantadas –
na próxima
dedirrósea manhã.